Quando se fala em estilo rocker (roqueiro, em inglês), parece que temos uma imagem homogênea e definida de uma determinada roupa. Mas, assim como no rock, existem diferentes vertentes na moda inspirada por este estilo musical. Veja com qual tipo de rock você identifica e quais as roupas de roqueiros que estão em alta para usar na próxima estação.
Roupas pretas são clássicos do estilo rock'n'roll
Desde a década de 1950 a moda e o rock mantêm uma relação de amor e ódio. No começo, as roupas usadas pelos roqueiros representavam a contracorrente do que estava estabelecido, mas logo depois se transformavam no look vigente por meio dos fãs e jovens que adotavam este visual mundo afora. Elvis Presley, Beatles, Sex Pistols, Nirvana, Oasis, The Libertines, entre outros, ajudaram a difundir diferentes estilos que definiram a moda do seu tempo.
Mesmo que a nova geração esteja acostumada a ver bandas de rock teens com roupas coloridas, a primeira imagem do estilo roqueiro está ligada as roupas de cor preta. Os metaleiros, fãs de rock metal ou heavy metal, podem ser os mais radicais neste quesito, mas a onda é bem anterior e teve fortes representantes ao longo dos anos: Elvis Presley nos anos 50, Beatles na sua primeira fase nos anos 60, o movimento punk em meados da década de 70, como Sexy Pistols, Ramones e Plebe Rude, bandas inglesas dos anos 80 como The Cure, os góticos e as bandas de indie rock. Todos eles usaram o look total preto, mas esse não pode ser considerado o único “uniforme” roqueiro, mesmo porque o jeans e a camiseta também atravessaram décadas sendo usadas por diferentes bandas e seus seguidores.
A sugestão de estilo neste caso é investir em calças, camisetas, camisas e jaquetas pretas. Os mais radicais usam pulseiras, colares, tachas e anéis, mas para os homens moderados basta investir somente nas roupas nesta cor.
Enquanto o look militar é atingido rapidamente com o uso de um coturno, para o visual roqueiro você pode partir de duas peças: jaqueta de couro preto e óculos do tipo Wayferer.
- Na Dior Homme, o estilista Hedi Slimane trouxe de volta o espírito da alfaiataria mais justa. Acima, campanha do Verão 2004 da marca
Os anos 60 e a influência dos mods
Ternos mais justos, gravatas pretas finas, camisas brancas e tênis ou sapatos clássicos pretos. Não parece que estamos descrevendo as roupas lançadas nos últimos desfiles masculinos de Milão?
No início dos anos 1960, a moda masculina foi influenciada pelas roupas dos Beatles, especialmente pelos paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo franjinha. Eles seguiam a moda ditada pelos mods (abreviatura de "moderno" em inglês),movimento surgido no final da década de 1950, entre jovens da classe média baixa inglesa que vestiam terno bem justo.
O estilo mod prevaleceu na moda e foi homenageado pelo filme “Quadrophenia”, da banda The Who, em 1979, e pelos "revivals" nas décadas posteriores como na banda inglesa Oasis, nos anos 90, e The Libertines, no início de 2000.
Em 2000, Hedi Slimane acabou revolucionando a moda quando misturou rock e alfaiataria na Dior Homme, divisão de roupas masculinas da tradicional grife francesa. Quando ele lançou o terno slim fit (rente ao corpo) acabou por definir uma nova silhueta masculina, ao mesmo tempo em que fazia uma releitura dos ternos da década de 1960.
Para se inspirar neste estilo, invista em terno e blazer bem ajustado, calça skinny (justa), gravata preta fina, sapato do tipo Oxford ou tênis básico, como All Star.
O visual punk criado por Vivienne Westwood
Os punks surgiram nos subúrbios de Londres, em meados da década de 1970, e atraíram diferentes tipos de jovens, como desempregados, estudantes de arte, anarquistas e rebeldes que desprezavam as convenções da sociedade e encontraram na música o canal de expressão de um desejo de transformação.
Inseridos neste cenário estavam Malcolm McLaren, na época casado com a estilista Vivienne Westwood. Em 1971, o casal fundou a loja Let it Rock, para a qual Vivienne começou a criar roupas voltadas para o público marginalizado das periferias de Londres. Na mesma época, seu marido era produtor dos Sex Pistols, uma das primeiras grandes bandas punks existentes, e suas criações foram incorporadas pelo figurino do grupo.
Ainda hoje a estética punk resiste no uso de jeans rasgados e coturnos, além das idas e vindas da moda do cabelo moicano.
Vida longa dos grunges
Outra vertente do rock que tem seguidores fiéis até hoje é o grunge (de "grungy", sujo em inglês) é o nome dado ao movimento musical de Seattle iniciado no fim dos anos 1980 e cujos maiores ícones são as bandas Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam e Stone Temple Pilots.
Com eles, surgiu a ideia de uma antimoda. Seus integrantes não ligavam para a aparência e usavam roupas de brechós, camisas xadrezes estilo lenhador, calças jeans puídas, meio caídas, camisetas “podrinhas” e cabelos desgrenhados. A estética fez sucesso, percorreu o mundo e foi incorporada pela moda.
O movimento também foi responsável pela demissão do então jovem estilista Marc Jacobs da grife Perry Ellis, em 1992. Jacobs criou uma coleção inspirada no grunge, que não agradou a direção da marca tradicional. Cinco anos depois, ele foi contratado como diretor criativo da Louis Vuitton, cargo que excerce até hoje.
É possível dizer que o grunge se tornou um clássico, tendo em vista que camisa de flanela xadrez, camiseta e calça jeans, com o passar dos anos, nunca saem de moda, para roqueiros ou não.
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